A Fruta da Época tem uma prenda de Natal para ti.
Este mês, a Cláudia não preparou uma das suas receitas fantásticas nem foi à procura de um jovem chef pelo mundo para tu conheceres. Este Natal, a Fruta da Época convidou um jovem chef para criar uma receita especialmente para ti. O João Santana Mestre partiu do Alentejo rumo a Cascais e por cá ficou. É um miúdo muito giro e talentoso. Respondeu a umas quantas perguntas e embebedou umas peras. Vem conhecê-lo!
Trocar o campo pelo mar. Vantagens e desvantagens?
O campo e o mar em pouco ou nada têm parecenças. A paisagem do Alentejo, da minha zona do Alentejo já foi das mais belas que vi, onde os campos dourados de seara de trigo, brilhavam ao pôr do sol quando o céu se enchia de tons de laranja, rosa e roxo. Infelizmente, os campos dourados são cada vez menos, com os olivais a tomar o seu lugar. Foi durante esta transição que troquei o campo pelo mar e descobri o quão calmante é o poder das ondas a rebentar nas encostas. Voltar ao Alentejo e ver apenas campo à minha volta começou a tornar-se claustrofóbico, fez-me sentir que faltava algo… as ondas, a brisa salgada.
Qual o sabor de Serpa que trarias para Cascais?
Traria o sabor do Queijo de Serpa, pois é um produto irresistível ao paladar. Este fantástico queijo DOP (denominação de origem protegida) é um queijo de pasta semimole, que fica sempre bem numa tábua de queijos e que acompanha excelentemente com o incrível vinho de Carcavelos, numa fusão do Alentejo com a tradição de Cascais.
Uma memória de infância relacionada com a comida.
Desde muito novo que me lembro de ver a minha mãe cozinhar e foi com ela que comecei a fazer os meus primeiros bolos, quando a ajudava da cozinha. Sempre fui muito curioso e rapidamente quis meter as mãos na massa.
Da arquitetura para a gastronomia. Porquê?
Sempre quis ser arquiteto e é uma grande paixão que tenho, criar uma ideia na minha cabeça, passar essa ideia para o papel e projetar numa maquete que poderá vir a tornar-se realidade, é algo que sempre me fascinou. Um dos meus objetivos e grande sonho é construir a minha casa, poder projetar algo à minha medida, algo que sinta que reflete a minha personalidade. Mas embora a arquitetura seja uma grande paixão, vi que este sonho não seria algo que quisesse seguir todos os dias da minha vida, acho que este sonho reflete-se mais a um nível pessoal, um hobbie, do que algo que quisesse profissionalmente, daí ter optado por seguir uma área que sempre me fascinou, a cozinha. A gastronomia é também uma arte, tal como em arquitetura temos que idealizar, planear, criar… tudo com alimentos.
Para quem gostarias de cozinhar?
Gostaria de cozinhar para alguém que partiu muito cedo e para o qual nunca tive oportunidade de cozinhar uma refeição, o meu melhor amigo.
Se o Armazém de Ideias Ilimitada fosse um ingrediente qual seria?
Seria uma garam massala que é uma mistura de ervas, especiarias e aromatizantes. Porque o Armazém é nada mais nada menos que uma mistura de ideias que compõem um cantinho fantástico onde os pensamentos e aventuras de duas miúdas fantásticas se fundem para criar um espaço fresco e especial.
E depois de termos ficado derretidas em banho-maria com esta última resposta, passemos às peras bêbadas 😉

Estaladiço de pera rocha bêbada em vinho de Carcavelos
Ingredientes:
* 5 peras Rocha
* 6 folhas de massa filo
* 100 ml de vinho de Carcavelos
* 150 g de açúcar
* 30 g de mel
* 60 g de amêndoa laminada
* 50 g de manteiga com sal
* Açúcar em pó para polvilhar
* Canela para polvilhar
Preparação:
1. Descasca as peras, remova as sementes e corta-as em pedaços. Saltei-os numa frigideira com o açúcar, adiciona o vinho de Carcavelos e o mel. Deixa reduzir e acrescenta a amêndoa tostada. Retira do lume e deixe arrefecer.
2. Abre as folhas de massa filo sobre a bancada e pincela-as com a manteiga derretida, sobrepondo-as 3 a 3. Corta em quatro quadrados iguais e dispõe 3 colheres (sopa) do preparado anterior sobre cada um.
3. Dobra a massa em forma de “almofada” e dispõe num tabuleiro forrado com papel vegetal, pincela com manteiga e leva ao forno pré-aquecido a 180 ºC até ficarem estaladiças (mais ou menos 10 minutos). Retira, deixe arrefecer um pouco e serve polvilhado com canela, açúcar em pó e amêndoas laminadas tostadas.

Antes de ires a correr para a cozinha quero escrever-te um segredo. Eu tenho o privilégio de trabalhar com este miúdo querido no Cascais Food Lab. Sou ou não sou uma lucky girl?
Assinam este post,
Rosarinho, Cláudia Silva Mataloto e João Santana Mestre
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