Em maio, no primeiro post
da sua nova rubrica aqui no blog,
a Marisa Sousa deixou-te a promessa… “No próximo Hoje
vamos descobrir…
vou-te
levar à Tailândia, sem saíres de Belém, ao Beco do Chão Salgado
e vamos ter um reencontro muito especial…” E, hoje, a descoberta
continua!
da sua nova rubrica aqui no blog,
a Marisa Sousa deixou-te a promessa… “No próximo Hoje
vamos descobrir…
vou-te
levar à Tailândia, sem saíres de Belém, ao Beco do Chão Salgado
e vamos ter um reencontro muito especial…” E, hoje, a descoberta
continua!
❤❤❤❤❤
Padrão dos Descobrimentos – Sem o pior não teríamos
o melhor
o melhor
Continuamos
e deparamo-nos com o Padrão
dos Descobrimentos.
Um dos mais bonitos monumentos da nossa Lisboa e de Portugal, não
sem antes passarmos pelo Museu
de Arte Popular.
e deparamo-nos com o Padrão
dos Descobrimentos.
Um dos mais bonitos monumentos da nossa Lisboa e de Portugal, não
sem antes passarmos pelo Museu
de Arte Popular.
Lembras-te
de te dizer que iríamos falar do melhor e do pior da nossa História?
de te dizer que iríamos falar do melhor e do pior da nossa História?
Pois
bem, se não fosse pelo pior da nossa história não teríamos este
museu nem o Padrão dos Descobrimentos. Estes dois edifícios são
resquícios, a par da Praça do Império do outro lado da estrada, de
algo que o ditador Salazar assumiu: a Exposição
do Mundo Português em
1940, cujo objetivo era mostrar ao Mundo o quão grandioso era
Portugal, com a sua história e o seu território, na altura com as
colónias em África, mas, claro, sempre com o objetivo de propaganda
nacional.
bem, se não fosse pelo pior da nossa história não teríamos este
museu nem o Padrão dos Descobrimentos. Estes dois edifícios são
resquícios, a par da Praça do Império do outro lado da estrada, de
algo que o ditador Salazar assumiu: a Exposição
do Mundo Português em
1940, cujo objetivo era mostrar ao Mundo o quão grandioso era
Portugal, com a sua história e o seu território, na altura com as
colónias em África, mas, claro, sempre com o objetivo de propaganda
nacional.
Alguma
coisa boa lá deixou, o senhor. O Museu
de Arte Popular,
para além de uma exposição permanente sobre a nossa arte, é
também palco de muitas exposições temporárias.
coisa boa lá deixou, o senhor. O Museu
de Arte Popular,
para além de uma exposição permanente sobre a nossa arte, é
também palco de muitas exposições temporárias.
E
o imponente Padrão
dos Descobrimentos,
que nos lembra os nossos descobridores, a nossa epopeia, em 1940,
tinha uma estrutura bem leve e efémera, mas em 1960, pelo 500.º
aniversário da morte do Infante D. Henrique, foi reconstruído,
conferindo-lhe uma estrutura duradoura.
o imponente Padrão
dos Descobrimentos,
que nos lembra os nossos descobridores, a nossa epopeia, em 1940,
tinha uma estrutura bem leve e efémera, mas em 1960, pelo 500.º
aniversário da morte do Infante D. Henrique, foi reconstruído,
conferindo-lhe uma estrutura duradoura.
Ao
comando do monumento, podemos ver o Infante D. Henrique, rodeado de
32 figuras, entre os icónicos descobridores, navegadores, e outras
figuras importantes da história dos Descobrimentos.
comando do monumento, podemos ver o Infante D. Henrique, rodeado de
32 figuras, entre os icónicos descobridores, navegadores, e outras
figuras importantes da história dos Descobrimentos.
Desafio –
Olha
bem, quando lá fores, e descobre a única mulher entre eles, a única
mulher. Ela é a rainha D. Filipa de Lencastre mãe do Infante D. Henrique e de
mais cinco filhos, um deles que se tornou rei, e de outros que viriam
a prestigiar Portugal no Mundo, intitulados por Luís de Camões de
Ínclita Geração. E ainda uma outra importante figura da nossa
história com um pergaminho na mão: claro está, o contador da nossa
epopeia, o próprio do Luís de Camões.
Olha
bem, quando lá fores, e descobre a única mulher entre eles, a única
mulher. Ela é a rainha D. Filipa de Lencastre mãe do Infante D. Henrique e de
mais cinco filhos, um deles que se tornou rei, e de outros que viriam
a prestigiar Portugal no Mundo, intitulados por Luís de Camões de
Ínclita Geração. E ainda uma outra importante figura da nossa
história com um pergaminho na mão: claro está, o contador da nossa
epopeia, o próprio do Luís de Camões.
Se
quiseres subir ao topo do monumento tens, com toda a certeza, uma das
melhores vistas sobre Lisboa e o Tejo, mas olha de frente, e para
cima, e admira a espada gigante que acompanha a subida. Porém, há
tanto mais a descobrir. Vai até lá e vê mais aqui.
quiseres subir ao topo do monumento tens, com toda a certeza, uma das
melhores vistas sobre Lisboa e o Tejo, mas olha de frente, e para
cima, e admira a espada gigante que acompanha a subida. Porém, há
tanto mais a descobrir. Vai até lá e vê mais aqui.
No
chão que pisamos, à entrada do monumento (outros dos locais mais
bonitos que podemos pisar e admirar), temos a Rosa dos Ventos que nos
foi oferecida pela África do Sul, em 1960, onde podemos ver que, em
tempos, fomos donos de metade do Mundo, até onde chegámos,
ultrapassando as dificuldades dos ventos, dos mares, do desconhecido,
e apenas com naus, quando hoje temos grandes navios sofisticados e
até submarinos. Para e admira mais uma vez.
chão que pisamos, à entrada do monumento (outros dos locais mais
bonitos que podemos pisar e admirar), temos a Rosa dos Ventos que nos
foi oferecida pela África do Sul, em 1960, onde podemos ver que, em
tempos, fomos donos de metade do Mundo, até onde chegámos,
ultrapassando as dificuldades dos ventos, dos mares, do desconhecido,
e apenas com naus, quando hoje temos grandes navios sofisticados e
até submarinos. Para e admira mais uma vez.
Tailândia em Belém
Bom,
então viemos para o lado dos Jerónimos e não falamos dos
Jerónimos? (só isso merece um post).
Não, e também não foi para comermos um pastel de Belém. E sim,
fomos resistentes e não comemos.
então viemos para o lado dos Jerónimos e não falamos dos
Jerónimos? (só isso merece um post).
Não, e também não foi para comermos um pastel de Belém. E sim,
fomos resistentes e não comemos.
Em
pleno jardim de Belém, onde em criança brincava com os meus pais e
avós (e fico contente de ver que ainda hoje muitas famílias o
fazem), encontramo-nos com a Tailândia, através de um Pavilhão
Tailandês
ali
escondido, que nos foi oferecido pelo reinado deste país do Sudeste
Asiático, em 2012, para comemorar 500 anos de relações
diplomáticas. Um facto curioso é que foi construído sem um único
prego.
pleno jardim de Belém, onde em criança brincava com os meus pais e
avós (e fico contente de ver que ainda hoje muitas famílias o
fazem), encontramo-nos com a Tailândia, através de um Pavilhão
Tailandês
ali
escondido, que nos foi oferecido pelo reinado deste país do Sudeste
Asiático, em 2012, para comemorar 500 anos de relações
diplomáticas. Um facto curioso é que foi construído sem um único
prego.
Beco do Chão Salgado – Um beco escondido talvez para
esconder o pior
esconder o pior
Atravessamos
a estrada e dou-te a conhecer (como te disse) um dos piores episódios
da nossa História.
a estrada e dou-te a conhecer (como te disse) um dos piores episódios
da nossa História.
Entre
os pastéis de Belém e o Starbucks existe um pequeno beco, de seu
nome Beco
do Chão Salgado,
com um padrão com cinco anéis. Este local relembra a chacina de
cinco elementos da família Távora levada a cabo pelo Marquês de
Pombal (aquele que reconstruiu Lisboa depois do terramoto de 1755),
que os acusou da tentativa de assassinato do rei D. José I, que
tinha uma relação extraconjugal com uma marquesa da família
Távora. Porém, Marquês de Pombal tinha de marcar posição frente
a uma das famílias mais poderosas de Portugal, os Távora, pela qual
tinha uma enorme inveja e raiva. Assim, aproveitou esta oportunidade,
acusando-os pelo atentado à vida do rei. Cinco dos membros desta
família foram brutalmente assassinados (há quem diga que na
História de Portugal não houve chacina igual), em praça pública,
talvez ali em Belém.
os pastéis de Belém e o Starbucks existe um pequeno beco, de seu
nome Beco
do Chão Salgado,
com um padrão com cinco anéis. Este local relembra a chacina de
cinco elementos da família Távora levada a cabo pelo Marquês de
Pombal (aquele que reconstruiu Lisboa depois do terramoto de 1755),
que os acusou da tentativa de assassinato do rei D. José I, que
tinha uma relação extraconjugal com uma marquesa da família
Távora. Porém, Marquês de Pombal tinha de marcar posição frente
a uma das famílias mais poderosas de Portugal, os Távora, pela qual
tinha uma enorme inveja e raiva. Assim, aproveitou esta oportunidade,
acusando-os pelo atentado à vida do rei. Cinco dos membros desta
família foram brutalmente assassinados (há quem diga que na
História de Portugal não houve chacina igual), em praça pública,
talvez ali em Belém.
Mas
aqui neste beco, onde existia o Palácio de Aveiro, dos Távora, que
o Marquês de Pombal mandou destruir e sobre o seu chão deitar sal,
para que nada ali nascesse mais. Daí o seu nome. O que é um facto é
que nada ali nasceu mais.
aqui neste beco, onde existia o Palácio de Aveiro, dos Távora, que
o Marquês de Pombal mandou destruir e sobre o seu chão deitar sal,
para que nada ali nascesse mais. Daí o seu nome. O que é um facto é
que nada ali nasceu mais.
O regresso ao carro – Descobertas de arte contemporânea
e reencontros com os romanos
e reencontros com os romanos
De
volta ao carro, passámos pelos Jerónimos, pelo Planetário e demos
de frente com uma das obras de Bordalo
II,
que nos relembra que do lixo se pode fazer arte, que nada se perde e
tudo se transforma e que andamos a cuidar muito pouco da mãe
natureza. Continuamos pela Rua Bartolomeu Dias, ao lado do CCB, até
à Avenida da Índia e não é que aqui também encontramos algo que
só olhando com atenção é podemos apreciar. Na parede, um painel
de azulejo evoca o ‘superpoeta’, Fernando
Pessoa.
volta ao carro, passámos pelos Jerónimos, pelo Planetário e demos
de frente com uma das obras de Bordalo
II,
que nos relembra que do lixo se pode fazer arte, que nada se perde e
tudo se transforma e que andamos a cuidar muito pouco da mãe
natureza. Continuamos pela Rua Bartolomeu Dias, ao lado do CCB, até
à Avenida da Índia e não é que aqui também encontramos algo que
só olhando com atenção é podemos apreciar. Na parede, um painel
de azulejo evoca o ‘superpoeta’, Fernando
Pessoa.
Mesmo
à beira do Hotel Nau Palácio do Governador 5*, antigo palácio onde
vivia o governador da Torre de Belém, hoje transformado em hotel, na
Travessa da Saúde, está uma porta com um ponto de interrogação.
Ninguém sabe quem o fez, nem por que o fez, mas penso que é
simplesmente representativo da vida. Ninguém sabe o que está por
trás de cada minuto de cada dia, e em plena Travessa da Saúde só
me lembra, vive a vida (já o Boss AC diz na sua canção Estou
Vivo).
à beira do Hotel Nau Palácio do Governador 5*, antigo palácio onde
vivia o governador da Torre de Belém, hoje transformado em hotel, na
Travessa da Saúde, está uma porta com um ponto de interrogação.
Ninguém sabe quem o fez, nem por que o fez, mas penso que é
simplesmente representativo da vida. Ninguém sabe o que está por
trás de cada minuto de cada dia, e em plena Travessa da Saúde só
me lembra, vive a vida (já o Boss AC diz na sua canção Estou
Vivo).
Ao
passares por aqui, não tenhas vergonha, entra pelo hotel adentro e
pede para simplesmente contemplares as zonas comuns. Logo à entrada
vais encontrar ruínas romanas, onde guardavam as ânforas para
conservar o azeite, e de uma antiga fábrica romana de molho de
peixe. A receção situa-se na antiga capela com lindos azulejos e um
imponente piano. E, ao passares pelas as salas que preservam muito
dos seus tetos, azulejos, quadros da altura, encontras o terraço com
vista para…. A Torre de Belém e o Tejo.
Terminámos
esta manhã, ou tarde, cheios de entusiasmo para redescobrir cada vez
mais.
esta manhã, ou tarde, cheios de entusiasmo para redescobrir cada vez
mais.
Espero
que te tenha colocado o ‘bichinho’ de descobrires por ti e
olhares com outros olhos para o nosso Portugal, seja aqueles locais
que nos orgulham, ou mesmo outros que nos lembram coisas menos boas.
Mas a história de vida de cada um nós, da cada nação, é mesmo
assim. E relembrar as coisas boas é bom e as coisas menos boas
também, pois só aprendemos.
que te tenha colocado o ‘bichinho’ de descobrires por ti e
olhares com outros olhos para o nosso Portugal, seja aqueles locais
que nos orgulham, ou mesmo outros que nos lembram coisas menos boas.
Mas a história de vida de cada um nós, da cada nação, é mesmo
assim. E relembrar as coisas boas é bom e as coisas menos boas
também, pois só aprendemos.
Belém
vai com certeza merecer outro post,
nem que seja só por um momento ou vários. Mas prometo que não
iremos falar só de Belém.
vai com certeza merecer outro post,
nem que seja só por um momento ou vários. Mas prometo que não
iremos falar só de Belém.
Até
à próxima visita!
à próxima visita!
Marisa Sousa
Nota: A fotografia do Pavilhão Tailandês é da autoria de Neil, retirada da página Common Wikimedia
Nota: A fotografia do Pavilhão Tailandês é da autoria de Neil, retirada da página Common Wikimedia
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