Na Páscoa, apanhei o avião e voei até Heathrow. Foi uma das melhores coisas que fiz nos últimos tempos. Já estava com saudades de ir além-fronteiras. E, principalmente, estava com saudades dos meus queridos amigos que vivem em Whitton. Foram três dias maravilhosos. Companhia perfeita e passeios inesperados, daqueles que só fazemos quando temos uns excelentes anfitriões. Hoje não te trago um roteiro para visitares Londres, isso fez a Andreia Moita, e muito bem, no seu blog. Quero contar-te como foram especiais estes meus 3 dias em Londres.
Foi a minha segunda vez em terras de Isabel II (espreita aqui um post de 2012). Não levava grandes planos na mala. Visitar o Mercado de Portobello era a única coisa que não queria que falhasse da minha pequena lista de desejos londrinos. Já lá vai o tempo em que a lista era gigantesca e acabava por me stressar, porque queria ver tudo. Isso mata a magia de qualquer viagem.
Whitton é uma vila nos arredores da capital, calma, familiar e cheia de encantos. Depois de um almoço que deu alento (na casa da minha amiga), saímos para descobrir as belezas locais. Sítios a que o comum turista não vai! Primeira paragem na Biblioteca de Whitton (porque terá sido?). Era Sexta-feira Santa. Estava fechada. Fizemos a foto para marcar o momento e a Dê falou um pouco das atividades que dinamizam… Só não fiquei a saber se têm um clube de leitura. E, numa das esquinas que dá para rua principal, a High Street, rendi-me a um dos edifícios mais giros da vila – The Admiral Nelson Fuller’s Pub & Restaurant. Estava aberto, mas não entrei, tinha acabado de almoçar e ao final do dia esperava-me um churrasco no backyard dos meus amigos. Mais uns quantos passos e eis que surge a avenida principal. Lojas, cafés, gente a preparar-se para o St. George’s Day. Entrei em quase todas as Charity Shops (lojas em segunda mão, cuja venda reverte a favor de um projeto ou causa). Contou-me a minha amiga que as pessoas adoram estes espaços comerciais, porque os produtos têm muita qualidade. Estive tentada a comprar uma gabardina vintage. Bem me arrependi! As Charity Shops são muito atrativas. Têm roupas, artigos de decoração, livros, vinis… Na próxima visita tenho de abrir os cordões à bolsa.
Explorei esta simpática vila e a sua vida a pulsar. Adorei! O dia terminou com o tal do churrasco, que soube muito bem. O querido Russel está aprovado. Conheci um casal de amigos dos meus amigos muito querido que (imagina!) tinha estado em Cascais há pouco tempo. Caí na cama, relembrando os momentos do dia e pensando que a alegria das viagens está, também, nas pequenas coisas: numa vila nos arredores de Londres, num passeio na rua principal, nos pequenos pormenores das casas da vizinhança, no Quiz da Páscoa que joguei com a Sofia (filha dos meus amigos). Adormeci feliz.
Seguimos para a festa. A High Street estava fechada ao trânsito. Afinal, era o maior evento comunitário do ano. Música ao vivo, comida, barracas com divulgação de produtos e serviços locais, diversões para as crianças tudo o que possas imaginar. E eu ali a viver aquilo como se fosse parte da comunidade… na verdade fui!
Depois, a bela cidade de Londres esperava-nos. Lembras-te de te ter dito o que não podia falhar da minha pequena lista de desejos londrinos? Já lá vamos. Com um dia cheio de sol e as temperaturas perto dos 30º (os ingleses estavam genuinamente felizes) fomos sem demoras até ao Hyde Park. Queria muito visitar o Memorial da Princesa Diana – Diana, Princess of Wales Memorial Fountain. Aquele local foi criado com o sentido de refletir a vida da mulher especial que foi Diana. Ali, todos se divertem, todos molham os pés, brincam na água fresca constantemente renovada. Um oásis de alegria. Os designers responsáveis pela fonte (Kathryn Gustafson e Neil Porter) pretendiam que os visitantes sentissem a proximidade e a aclamada abertura de Diana. É daqueles espaços que nos abraçam. Esquecemos as horas e aproveitámos o momento. A Sofia estava, especialmente feliz com pezinhos dentro de água.
Depois de uma prolongada visita à loja da M&M’s (acho que a Sofia me perdoou por não termos assistido à parade) e de um almoço foras de horas, bem divertido e caricato em Covent Garden (tanto procurámos que acabámos por ‘cair’ numa tasca ‘refinada’) fomos para Portobello Market. E sabes que mais? Achávamos que o mercado estava a funcionar até às 19h00… Isso mesmo, achávamos! Já toda a gente estava a guardar os tarecos quando chegámos. Lembras-te? Era a única coisa que não queria falhar da minha pequena lista de desejos londrinos. (risos) Mas a verdade é que nos divertimos na mesma, porque Notting Hill é um sonho. E depois do sonho, o regresso a casa com o coração cheio.
Mas a surpresa do dia estava para chegar. Tipo o ovo de Páscoa escondido no jardim, estás a ver? Logo a seguir ao almoço, o Russel voltou ao trabalho, mas deixou-nos numa rua de Feltham onde existia uma casa especial. Andámos um pouco e lá estava ela, discreta. Uma casa como as outras, não fosse a placa azul na sua parede. Foi nela que viveu Frederick Bulsara quando, aos 17 anos, se mudou para lá com os pais. Sim, eu estive junto ao muro da casa onde viveu Freddie Mercury! Que ovo de Páscoa fabuloso! Lembras-te como eu amei o filme “Bohemian Rhapsody“? E por isso este momento, ainda que breve (a casa não se visita porque pertence a particulares), foi muito especial, para mim e para a Dê, grande fã deste one man show.
Depois desta emoção, regressámos a Whitton a cantarolar as músicas dos Queen (a banda sonora do dia), onde nos sentámos para um café e conversa solta. O fim de semana XL estava a chegar ao fim e o voo para regressar a terras lusas impunha-se a cada minuto que passava. Mas ainda deu tempo para visitar a igreja de St. Philip and St. James… Era dia de Páscoa, certo?
O que ficou desta viagem? Os abraços, as gargalhadas, as brincadeiras, os passeios inesperados, as novas amizades e a promessa de um regresso para breve. Londres fica já ali e agora ‘tenho’ uma casa em Whitton.
Rosarinho
2 Comentários
Andreia Moita
Maio 9, 2019 at 5:46 pmObrigada pela referência querida Rosarinho. Fico contente que tenha sido feliz em Londres, cidade da qual só gostei à segunda visita. Adorei a parte em que te perdes nos transportes e em que chegas depois da “festa” acabar, não é que goste da tua desgraça, é sim porque me identifico ahah, totalmente podia ter sido eu!! Um grande beijinho
Rosarinho
Maio 10, 2019 at 7:56 amFui muito feliz em Londres. Eu identifico-me bastante com aquela cidade e estar num local que amamos com pessoas que nos são queridas, aumenta o encanto da coisa.
Entendes-me não é verdade? Sou um perigo… mas se assim não fosse não teria estas peripécias para contar 😉
Beijinhos