Estar de férias é sempre bom. Podemos não viajar para o estrangeiro, podemos até ficar perto de casa, mas ter uns dias só para fazer o que nos apetece é fundamental para o nosso equilíbrio. Não precisei de ir muito longe para ter uns dias especiais. Este ano senti que as minhas férias foram looooongas e com muitos momentos altos. Já vos trouxe um desses momentos na semana passada (Uma rota várias Ilhas) e hoje vou escrever-vos sobre um passeio pelas salinas da Ria Formosa.
A dica
Já há três anos que cá por casa elegemos Santa Luzia (Tavira) como a terra oficial do verão. E quando estamos por lá desbravamos as maravilhas de um Algarve paradisíaco. Este ano antes de rumarmos a sul o amigo, que nos dá guarida no seu ninho, sugeriu um passeio pelas salinas. Explicou-nos como chegar ao local (tipo mapa do tesouro) e ficámos logo entusiasmados. Caminhar na natureza é tudo de bom!
O passeio
E lá fomos nós. O relógio dizia-nos que a tarde ia a meio, com um sol quentinho a beijar-nos o corpo. Seguimos todas as indicações e rapidamente a nossa vista começou a alcançar as salinas que fazem parte dos muitos habitats existentes nos 16 mil hectares que compõem o sistema lagunar da Ria Formosa. Um privilégio poder passear numa zona de proteção especial para a avifauna. Estava nas sete quintas! Pássaros, natureza e verão, que mais pode uma pessoa pedir? Fomos seguindo pelos caminhos de terra batida com a banda sonora mais perfeita de sempre: os diferentes cantos de aves que aos poucos se foram revelando.
As aves
Por lá existem mais de 200 espécies (vegetais, répteis, insetos, e aves)! Lembrei-me logo da querida bióloga Sara Saraiva que tenho a certeza iria adorar fazer este passeio e eu teria aprendido muito com ela. Bastou avançarmos um pouco mais para dentro e a paisagem deslumbrou-nos. Entre a beleza das salinas, o voo das aves e a corrida de uma lebre louca que passou por nós a quase a 100 km à hora, era difícil perceber onde focar o nosso olhar. Tanta coisa bonita para ver. Mas vamos às aves (que eu ADORO). Nas salinas observámos garças, alfaiates, gaivotas (andam por todo o lado), patos trombeteiros, borrelhos-de-grande-coleira e… tchan tchan tchna tchan…. Flamingos!! As aves ‘it’ desta estação 😉 Elas estão nas toalhas de praia, nas boias, nas t-shirts, nas malas, nas peúgas… Mas nas salinas estão flamingos de carne e osso! Lindos! Perdi-me de amores. (É nestas alturas que adoraria ter uma máquina daquelas com objetivas que nunca mais acabam para captar o pormenor das penas destes indivíduos.)
Os figos
Já quase no final deste passeio eis que nos deparámos com uma considerável quantidade de figueiras (Ok! Pertenciam a uma propriedade, mas alguns ramos estavam a sorrir para nós e a espreitar para o lado da fora da vedação). O que é que uma pessoa vai fazer? Apanha alguns figos para não se estragarem! E come-os que nem uma lambona porque o J. não gosta deste fruto (que pena). Calma! Não os comi todos de uma vez mas, passaram a fazer parte do menu do meu pequeno almoço nos dias seguintes. Foi o figo no topo do bolo deste passeio.
Os mosquitos
Como em tudo na vida existe sempre um lado bom e um lado menos bom. Para além de me perder de amores pelos flamingos também perdi a noção do tempo. A verdade é que andámos quase 10 km e nem nos apercebemos que a hora fatídica estava a chegar – A hora das melgas e dos mosquitos que por aqueles dias mudaram-se, todos, de armas e bagagens para Santa Luzia. Para que este passeio fosse perfeito só faltou um elemento – Uma embalagem de repelente. E desta vez não me venham falar da beleza da imperfeição porque o meu corpinho foi quase todo picado!
Se ainda pensarem em dar um pulinho lá para os lados de Tavira, façam este passeio. Recomenda-se o uso de binóculos e repelente para que esta experiência possa ser vivida em pleno.
Rosarinho
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